12 de março de 2013

Messi faz dois, Barcelona 'renasce' e elimina o Milan com show e goleada


Após Daniel Alves admitir queda de rendimento, craque argentino faz dois belos gols e comanda os 4 a 0 do time catalão após derrota no San Siro




Injustas ou não, as críticas pelas exibições nas últimas semanas incomodaram o Barcelona. Eliminado para o Real Madrid na Copa do Rei em casa e com uma desvantagem de dois gols no confronto de ida diante do Milan, o time catalão brindou sua aguerrida torcida com uma de suas melhores atuações nos últimos anos.

Sob a batuta de Lionel Messi, autor de dois belos gols, a "remontada" se tornou realidade com mais do que convincentes 4 a 0, nesta terça-feira, em um abarrotado Camp Nou, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões. David Villa e Jordi Alba, este último nos acréscimos, completaram a noite mágica para os donos da casa.

Antes baqueada, a equipe comandada por Jordi Roura - e que receberá Tito Vilanova nas próximas duas semanas depois de um longo período afastado por conta de um tumor - chegará às quartas de final embaladíssima. O adversário será conhecido através de um sorteio na manhã da próxima sexta-feira - times como Real Madrid, Bayern de Munique e Juventus podem parar no caminho dos catalães.

Ao Milan resta focar a sua temporada no Campeonato Italiano. Com 51 pontos, os Rossoneros estão atualmente na terceira posição, a última que dá uma vaga na próxima edição da Champions. No torneio nacional o time poderá contar com Mario Balotelli, ausente nos confrontos diante do Barça por já ter defendido o Manchester City.

Messi como Messi

Desta vez não foram apenas os 72% de posse de bola, já habituais quando o Barcelona está em campo. Por trás dos números, o que se viu no primeiro tempo no Camp Nou foi um time aguerrido, com sangue nos olhos, faca entre os dentes e lutando por cada bola para provar que as críticas nas últimas semanas foram injustas. Fato é que em poucos minutos já era possível perceber a mudança de atitude dos catalães, refletida inclusive no placar.

Mordedor, o Barcelona ocupava o seu campo ofensivo sem pretender voltar. Era roubar a bola e procurar o homem mais próximo, de preferência se fosse baixinho, de cabelos lisos e com a camisa 10 às costas. Afinal, era a noite dele.

Foi assim aos cinco, quando Xavi e Messi tabelaram até que o craque argentino, nos primeiros centímetros da grande área e cercado por seis adversários, encontrou espaço para colocar a bola no ângulo de Abbiati. A resposta no campo empolgou a já animada torcida blaugrana, que se transformou em mais um marcador na busca da tão comentada "remontada".

Virar o confronto era praticamente um dever, mas o Barcelona sabia que do outro lado estava um time que não havia perdido um jogo sequer em 2013 - e também dono de sete títulos da própria Liga dos Campeões. Na base do contra-ataque, o Milan aos poucos foi descobrindo os seus mínimos espaços. Parecia simples, vide a dificuldade de o Barça não sofrer um gol (apenas uma vez nos últimos 14 jogos).

Aos sete, El Shaarawy recebeu lançamento de Boateng, mas concluiu mal.

Milan para na trave e é punido

O próprio "Faraó" seria o responsável por outras duas oportunidades dos italianos, aos 29 e 33. Nenhuma deu grande trabalho a Valdés. Minutos depois, porém, o Milan encontraria a liberdade tão desejada num contra-ataque. Mascherano cabeceou mal e deixou Niang à vontade. O francês arrancou até entrar na grande área e chutou... na trave direita, para desespero de todo o banco rossonero.

Se um gol àquela altura praticamente definiria o confronto - obrigando o Barça a marcar três vezes -, o lance acabou se transformando numa punição aos visitantes.

A reação ao perigo veio com um chute forte e rasteiro de Lionel Messi após vacilo de Ambrosini na saída de bola. Iniesta serviu para que o camisa 10 marcasse o seu segundo no jogo e o 58º na história da competição, deixando o holandês Ruud van Nistelrooy (56) para trás e se aproximando ainda mais do ídolo merengue Raúl González (71).

O resultado, em tese, ainda poderia ter sido maior caso o árbitro Viktor Kassai resolvesse assinalar pênalti após o empurrão de Abate em Pedro, aos 11 minutos.

Ou, no lance seguinte, se a bomba de Iniesta, de fora da área, tocasse nas mãos de Abbiati e furasse a rede - e não carimbasse o travessão, como aconteceu. O goleiro italiano também teve influencia direta aos 16, quando espalmou chute de Xavi de longe.

Villa e Alba selam a 'remontada'
O tempo e o jogo já estavam a favor, mas o Barcelona fazia questão de buscar os quatro gols que lhe dariam alguma tranquilidade. O terceiro não custaria a sair.

Primeiro, aos dois, Messi deu o sinal ao receber presente de Constant e finalizar para a defesa de Abbiati. Mas aos dez não houve jeito: David Villa, livre após lindo passe de Xavi, escolheu o canto e saiu para comemorar.

Em desvantagem, o Milan enfim abandonou sua vocação defensiva para tentar o gol salvador. Robinho, Muntari e Bojan foram à campo até os 30 da etapa final, mas o fato é que chegar à área rival parecia uma missão para poucos. Aos 36, Robinho conseguiu e, com um cruzamento rasteiro, encontrou Bojan. Puyol travou e impediu que a revelação de La Masía calasse o Camp Nou.

No fim, aos 47, ainda houve tempo para que o Barcelona selasse sua noite mágica com mais um gol. Sánchez escapou pela direita e cruzou na medida para Jordi Alba invadir a área e tocar na saída de Abbiati: um 4 a 0 para ninguém esquecer.

BARCELONA 4 X 0 MILAN

Barcelona: Valdés, Dani Alves, Piqué, Mascherano (Puyol) e Alba; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro (Adriano), Messi e Villa (Sánchez). Técnico: Jordi Roura.

Milan: Abbiati, Abate, Zapata, Mexès e Constant; Montolivo, Ambrosini (Muntari) e Flamini (Bojan); El Shaarawy, Niang (Robinho) e Boateng.  Técnico: Massimiliano Allegri.

Gols: Messi, aos cinco e quarenta minutos do primeiro tempo; David Villa, aos dez, e Jordi Alba, aos 47 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Flamini, Boateng, Mexès (Milan); Pedro (Barcelona).
Estádio: Camp Nou (ESP). Data: 12/03/2013. Árbitro: Viktor Kassai (HUN).

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