Em luto por morte de Hugo Chávez, time venezuelano vence um clube brasileiro pela primeira vez na Libertadores e embola Grupo 8
Improvável porque o time de Vanderlei Luxemburgo poderia ter alargado o placar quando vencia. Jogou fora contragolpes fulminantes. Desperdiçou lances imperdoáveis. Acabou, portanto, castigado e perdendo por 2 a 1 para um time limitado, mas que, no embalo do momento político ímpar que o rodeia, também fez história: após 14 confrontos, enfim venceu um clube brasileiro na competição continental.
O resultado do primeiro evento esportivo na Venezuela desde a morte de Hugo Chávez deixa o Grêmio ainda em segundo lugar, com seis pontos, porém ameaçado pelo Caracas, com a mesma pontuação, mas saldo de gols inferior. O líder é o Fluminense, com sete. O Huachipato tem quatro e segura a lanterna. A próxima rodada ocorre nos dias 3 e 10 de abril, com Caracas x Huachipato e Grêmio x Fluminense, respectivamente. Antes, o Tricolor volta ao Gauchão no domingo, diante do Lajeadense, em seu primeiro confronto pelo Estadual na Arena.
Num campo esburacado, remendado e com o botão do sistema de irrigação exposto a céu aberto, o Caracas deu provas de que iria dominar as ações. Logo com 15 segundos, após corte falho de Pará, Dida precisou fazer difícil defesa em chute à queima-roupa na área. Mas foi um susto apenas. Aos poucos, sobretudo por meio de contragolpes velozes, o Grêmio assumiu o protagonismo da partida.
Mantra da bola aérea vira realidade
A saída, portanto, foi pelo alto, mantra repetido intensamente durante a semana preparatória. Dito e feito. Aos 16, André Santos alçou bola na segunda trave.
Preocupados com o oportunismo de Barcos, os zagueiros venezuelanos deixaram o não
menos astuto Elano sozinho. O golpe de cabeça saiu tão certeiro quanto o seu chute diante da LDU, ainda na fase preliminar: 1 a 0.
Crime e castigo: Caracas cresce e empata
Aos 46 minutos, mais uma bola parada para o Caracas nas proximidades da área de Dida. O chute, forte e seco, esbarrou no corpo de Fernando e se ofereceu na altura da meia-lua para o camisa 10, craque do time, para Peña. Que honrou os adjetivos e estufou as redes: 1 a 1. Festa no estádio Olímpico. Torcida inflamada. E mais lança-chamas surgirão, numa geração espontânea de luzes e fogos.
- O árbitro não está bem, não foi falta. E o Caracas está batendo de mais - reclamou o diretor executivo de futebol Rui Costa, no intervalo.
- Estamos bem no jogo, mas precisamos prestar mais atenção na bola parada deles - conformou-se Zé Roberto.
Grêmio abusa de erros, rival cresce e vira
Sem mudanças nas equipes, a tônica da partida seguiu inalterada. Grêmio melhor, com o Caracas dotado de lampejos. Assim, aos seis minutos, os visitantes fizeram do problema uma solução. Zé Roberto chutou de fora da área e quase que engana o goleiro com o "montinho-artilheiro". Baroja se virou como pode.
O desperdício do Grêmio teve o seu preço. O Caracas adiantou o time, passou a pressionar. Aproveitou-se do cansaço de Elano. Também viu Souza e Fernando, sobrecarregados, dando espaços no miolo do meio-campo. Mas foi pela ponta, sobre o improdutivo Pará, que Cure fez cruzamento para o pé esquerdo de Farías. Na pequena área, sozinho após se descolar de Cris, o centroavante apenas escorou para as redes.
Calma e oportunismo que faltaram a Willian José, que entrou no lugar de Vargas. Aos 36, sozinho na marca do pênalti, não consegui dominar a bola e a viu escapar para o lado do campo. Um retrato do Grêmio, sobretudo no segundo tempo: errático, nervoso e derrotado. Agora, o Fluminense novamente terá que ser o caminho para a recuperação. Os gremistas só querem que, na Arena, se repita a boa história contada no Engenhão.
Vejam abaixo o vídeo com os gols do jogo.
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