13 de janeiro de 2015

Na terra do Mickey, Tite volta com “tesão” ao trabalho e exige de elenco

Ano sabático faz técnico voltar com muito gás ao Corinthians. Pré-temporada só terá um dia de folga, domingo, depois de missão cumprida em amistosos



Após um ano de estudos, viagens e novos conhecimentos, Tite voltou para o Corinthians com uma pilha acima do normal – até mesmo para o próprio técnico, conhecido pela sua atenção aos mínimos detalhes. 

Após um 2014 tranquilo, Tite começa 2015 em alta voltagem. Com dois jogos decisivos da Taça Libertadores, contra o Once Caldas, logo no início de fevereiro, o comandante não quer perder um minuto sequer na pré-temporada. Nem mesmo com os inúmeros atrativos da Florida, estado no sul dos EUA. Tite está com “tesão” pelo trabalho.

A palavra é usada pelo próprio e repetida por jogadores e funcionários do clube, que veem uma versão ainda mais avançada do técnico, que deixou o Corinthians em 2013 e voltou com o objetivo de reconquistar os títulos daquela passagem – Libertadores, Brasileiro e Mundial de Clubes, principalmente.

Em cinco dias na cidade de Fort Lauderdale, Tite deu oito treinos no gramado do Lockhart Stadium. Quando o técnico não comandou pessoalmente a atividade, teve um de seus auxiliares supervisionando trabalhos físicos. A única brecha ocorreu na manhã de domingo, sem nada marcado. Os jogadores nem saíram do hotel. Em Orlando, a rotina será a mesma. Nada de Disney, parques ou Mickey para os corintianos.

Desses treinos, a grande maioria foi com bola, e com o técnico esboçando formação do time e tentando implantar o que viu de melhor no futebol em 2014. Os jogadores têm entendido o recado.
– Ele já é um cara que cobra bastante, você tem de estar atento a tudo. Se você não estiver muito ligado, vai passar vergonha. E o cara já é pilhado, imagine depois de um ano só vendo jogos, estudando, pesquisando. Está com tesão de querer trabalhar e mostrar o que aprendeu – afirmou o meia Renato Augusto.

Fiel marca presença na Flórida(EUA)

Tite tem foco total na preparação do time, tanto que não deu descanso nem depois de quase nove horas de voo. Na quinta-feira, dia da chegada a Fort Lauderdale, o técnico comandou um treino físico puxado à tarde, seguido de atividade técnica com o esboço de uma formação tática. Os jogadores têm sido muito exigidos.

– Sabemos que o Tite já é assim, pilhado. Pede o máximo para todo mundo. Mas com ele não tem tempo ruim, ainda mais fora do país – ponderou o meia Danilo.

Os dias nos EUA estão fazendo bem ao elenco, que, apesar da alta intensidade dos treinos, está com a cabeça tranquila e longe dos problemas no Brasil (como atraso de salários) e da possível pressão da torcida. O clube vive indefinições políticas às vésperas da eleição presidencial, dia 7 de fevereiro, e está com problemas financeiros.

A torcida também colabora para o clima de paz nos EUA. O público VIP que comprou pacotes para a viagem não tem sido um incômodo para o elenco e a diretoria. No voo de ida, por exemplo, torcedores foram orientados a não atrapalhar o descanso dos jogadores. Ninguém pediu fotos ou autógrafos antes do desembarque. 

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